Argentina

03/02/2016 15:00

ARGENTINA

02 de Fevereiro
 
Saí para pegar o ônibus. Pedalei até a rodoviária Três Cruces. Fazia tudo parte do pacote da empresa Colônia Express, empresa mais economica que levava de Montevideo até Buenos Aires.  A primeira parte era um ônibus até Colônia e depois um barco até Buenos Aires. Ocorreu tudo bem e a viagem tanto de ôbibus tanto de barco foi tranquila
 
Chegando em Buenos Aires eu só tinha pesos uruguaios e ainda não sabia onde ficar.  Na saída, ainda com o wifi da Colônia Express, consegui contactar com minha amiga Guadalupe do Couchsurfing.  Tinha que pegar um trêm para sua casa, pois a autoestrada não permitia bicicleta. Só que eu não tinha dinheiro e fui atrás de um lugar para trocar os poucos pesos que ainda tinha.  No caminho um rapaz de bike com sua filha na garupa chegou perto de mim e ficou encantado com minha viagem. Me indicou onde eu podia trocar o dinheiro. 
 
Estava eu , no centro de buenos aires , já na rua para trocar os pesos, levando a bike  andando. Consegui trocar e peguei o trem. 
 
Pessoas muito estranhas no primeiro vagão de trem. Uns fumavam maconha, outros pediam esmola e outros jogavam cartas. Nos outros vagões não era assim. Todos sentadinhos nas suas cadeiras. Esse vagão que eu estava era para entrar as bicicletas e não tinha cadeiras.
 
O trêm parou na estação Villa del Parque , a quarta estação. No caminho conversei com um Peruano que também tinha entrado de bike no vagão.
Na saída fui pedalando até a casa de Guadalupe. Cheguei em sua casa e já fui logo participando de um churrasco que estava tendo com seus amigos e amigas. 
Foi bom, mais cedo estava perdido em Buenos Aires, e naquele momento já comendo e sabendo onde ficar.
 
03 de Janeiro
 
Fomos tentar tirar dinheiro e consegui finalmente. O banco foi de la ciudad, conectado a rede link. Comprei butijão de gas para o restante da viagem e passamos no mercado. 
Saí a tarde para pegar o trêm para Palermo onde vivia um outro amigo do couch surfing , chamado Gonzalo.  Só que teria que passar o tempo até umas nove horas da noite. Horario que ele chegaria.  Segui com a bike pelas duas ciclovias que havia.  Percebi que havia muita gente que a usava. Me disseram que só tinha um ano. 
Passei também na loja de bike dobráveis Muvin. Havia muitos modelos da marca Tern que não vendiam no Brasil, incluso uma de 27 marchas que era toda preparada para cicloturismo.  
As nove da noite cheguei na casa de Gonzalo.  Fui muito bem recebido. Ele já tinha recebido algumas pessoas em seu apartamento de algumas nacionalidades. Depois jogamos no seu playstation umas partidas de FIFA soccer 2016, que por sinal era o único jogo que eu gostava. Eu jogando com o Barcelona e ele com o River Plate ( seu time). Não havia o Flamengo e fiquei indiguinado com isso. Fora do Brasil o Flamengo não existe.
 
 
04 de Janeiro
 
Saí ao meio dia e levei a bicicleta a uma loja para eles verem o problema do furo do pneu. Me disseram que não poderiam fazer muita coisa. Pois o problema era causado por excesso de peso dos alforges traseiros. Se continuar assim terei que me livar de algumas coisas mais no caminho. 
 
Esse dia fiquei em um Hostel. Deixei minhas coisas lá e fui ao shopping comprar chinelo e um chip da claro argentino para lugares em que não teria internet, principalmente na Patagônia. Também passei no mercado. Na argentina os preços são um poucos mais baratos do que no uruguai. 
Espero que continue assim. Cada pais mais barato do que o outro.  
 
05 de Janeiro
 
Fui carregar o novo chip da claro Argentina que havia comprado. Assim teria internet onde não possuia wifi. Pagava-se apenas 5 pesos por dia de acesso a internet.
Tomei o café da manhã do hostel e segui para casa de Cookie e Eduardo, o casal do couchsurfing que iria me receber. 
 
O local era perto e fui pedalando. Apesar do trânsito fui em um bom ritmo e cheguei rápido.  Fui recebido por Cookie e fiquei super avontade em sua casa. Era localizada no centro de Buenos Aires. Mais tarde Eduardo chegou, um uruguaio que a muito tempo morava na Argentina.  Casal super tranquilo e legal. Me emprestaram até o cartão do transporte público e uma chave do apartamento. Mais um anjo no caminho. Só tenho a agradecer essas pessoas maravilhosas que aparecem. 
Comi ravioli no almoço, que havia preparado na vespera e tinha sobrado um pouco. 
 
Fui até a estação de trem para comprar passagem para Bahia Blanca e de lá iniciaria a viagem pela Patagônia. Deixaria a parte não muito boa para pedalar até Bahia Blanca e ganharia 600 km. 
Só havia passagem para quarta feira e eu teria que ficar mais 5 dias em Buenos Aires . O acessorista me disse que eu teria que despachar a bicicleta segunda feira. Não achei boa idéia, disse que a bicicleta era dobrável e ele liberou para ir junto comigo, bastando colocar em uma bolsa. 
Nossa, justamente a bolsa que eu havia me livrado , por causa do peso, no primeiro dia de viagem. Teria que procurar uma. 
Na estava comendo muita fruta e sentia falta. Passei na quitanda e comprei banana, pêra, maça e melão. 
 
06 de Janeiro
 
Resolvi ir ao Centro Cultural Ricoleta e a pé. Gosto de explorar a cidade caminhando. É uma boa maneira de conhecer cada cantinho e sentir-se integrado a cidade. 
Vi uma expesição de fotografia e arte. Do lado de fora havia uma bonita praça. Em volta diversas barraquinhas com artes para comprar, lembrando a feira de Ipanema no Rio de Janeiro. 
Depois sentei em um gramado e escutei uns músicos argentinos que estavam se apresentando, uma mistura de jazz e uns instrumentos esquisitos mais de um som muito bom.  Comi cachorro quente que se chamava poncho . Depois voltei caminhando. Passei por uma parte da cidade com muito camelô que vendia tudo, principalmente roupas. Havia muito peruano e equatoriano que vendiam. 
 
07 de Janeiro
 
Saí cedo para conhecer La Boca e o Jardim Botânico de Buenos Aires.  Levei minha máquina fotográfica . La boca, na parte turística era muito colorido. Conta a história que os italianos quando chegaram aqui, no séc XIX pintavam suas casas com as tintas que sobravam dos portos, que no caso eram as de cores.  Tirei muitas fotos. 
 
A noite saí com uma amiga argentina que havia morado no Brasil por 6 meses e falava muito bem o portugues. Belém ficou admirada como eu consegui viajar de bicicleta dobrável. Conheci lugares tradicionais como Santelmo e Porto Madero. Foi a primeira vez que saí a noite em Buenos Aires. A cidade me parecia um pouco vazia, parece que no carnaval os argentinos viajam. Além de ser um mês de férias para os portenhos.  Depois sentamos em um bar chamado La Máfia e tomamos uma cerveja, queria conhecer o gosto da cerveja argentina. 
 
08 de Janeiro
 
Dia de ir ao cinema e ver filmes cult. Cinema argentino a preço de R$1 no Espácio Gaumont. Assisti El Nido Urbano sobre o problema habitacional que tem Buenos Aires. O outro foi Camino a La Paz sobre um senhor muçulmano que vai de taxi de Buenos Aires até a Bolívia encontrar com o irmão. Muito legal. E saí de lá satisfeito. 
 
09 de Janeiro
 
Tirei algumas fotos no Porto Madeiro, depois fui amoçar no Mac Donalds. Tentei achar uma camisa do flamengo e não consegui. Acabei achando uma no camelô, me parecia de uma linha até boa mais não comprei.  Na adidas e lojas de esporte não havia. Vi também outra película sobre o Tango chamada Un tango a Más também no espaço Gaumont. Esse foi o que gostei mais.  
 
Buenos Aires tem esse encanto, é a cidade do Tango, para mim a mais bonita dança e expressão artistica que existe quando bem dançada. Me deu até vontade de aprender. 
 
10 de Janeiro
 
Era dia de partir da casa de meus amigos Coockie e Eduardo. Já havia ficado lá uns 5 dias. Os dois pessoas maravilhosas e tranquilas. Mais não costumo ficar assim tanto tempo. É que o trêm só tinha vaga quarta feira. 
 
Consegui comprar uma bolsa leve e de tamanho ideal para colocar a bicicleta. Era exigência para ser embarcada no trêm para Bahia Blanca, a 600km e 12 horas de trem. 
 
Também conprei uma camisa do Flamengo e consegui que personalizasem com nome e numero, no meu caso Guerrero, 9. 
 
Depois voltei para casa almocei , despedi de meus amigos e parti com calma para o terminal de trêm. Foram muito legais os 8 dias que fiquei em Buenos Aires.  Deu para descançar e fazer programas culturais. 
 
Chegando na estação de trem percebi que a energia não era muito boa. E tratei logo de desmontar a bike e guardá-la. Passei para o terminal de embarque e esperei lá até o horario de partir. 
 
Antes de entrar no terminal de Embarque um cicloturista da Eslováquia veio até mim dizendo que tinha sido assaltado ali. Também me deu dicas de rotas seguir. Foi muito legal. Parece que a rota que eu ia fazer não era muito recomendável até Ushuaia.  Além de muito vento, muito sol, trânsito e pouco lugar bonito para tirar foto.
 
A bike entrou com dificuldade no trêm. E ficou no corredor com dificuldade para os passageiros passarem. Dei sorte que achei um local sem ninguem ao lado de onde eu estava sentado. 
 
Deu certinho a bike e eu. E não chegou o passageiro do assento. Ufa!! Viajei assim por 12 horas.  Foi uma viagem bonita. No Brasil já não existe mais viagens de trem e gosto muito. Parece que está voltando no tempo e o trêm permite obervar mais as paisagens, pois é mais lento que o carro e ônibus. 
 
11 de Fevereiro
 
O trêm chegou as 9 da manha  . Arrumei a bike e fui para a casa de Augustin. Outro argentino do Couchsurfing. Queria ficar um dia na cidade e converar melhor que rota seguir.  Lá chegando fui super bem recebido. E já havia um casal de Francêses que viajavam de carona. Depois fomos ao mercado e Augustin fez uma massa para nôs três.  Ana a Francesa me disse que ela não gostava de morar em Paris. Não gostava de muita gente e confusão. Preferia as cidades pequenas .
 
12 de Fevereiro
 
Não sai muito cedo para a Rota 3 que iria para a Patagônia. O plano era fazer  69 km até a cidade de Teniente Origone. No caminho encontrei os Franceses que estavam na mesma casa onde eu estava com um cartaz escrito "Rueta 3" pedindo carona. 
Depois passaram por mim no caminhão e deram adeuszinho. Segui pedalando, agora sem acostamento e os carros e caminhões tinham que desviar de mim. Desagradando-me pois não gostava de pedalar assim. Porém os veículos estavam acostumados com os ciclistas que faziam a patagônia sempre por ali. 
O calor também estava muito forte e o termômetro marcou 47 graus a um certo momento.  Um calor diferente do humido Brasil, que o máximo que pedalei foram 42 graus.  Parei em um placa ao lado da estrada para esperar a temperatura diminuir. Era a única sompra disponível. 
Iniciei as 4 horas da tarde  e a temperatura ainda marcava 41 graus. 
O asfalto ainda estava muito quente e meu pneu alemão Schwalbe Big Apple que era para durar 3x mais não resistiu nem a um mês e meio do carlor e estrada Brasileira e sulamericana. E em seguida explodiu abrindo um rasgo ao seu lado. Encostava os arames na camera e na verdade explodiu a câmara. 
Tentei costurar o pneu com a linha que possuia, mais era fraca, ideal para costurar roupa e não a linha de nylon que era preciso nesse caso. 
 
Tive que pedir carona para a próxima cidade ou voltar para Bahia Blanca. Depois de acenar algumas vezes com o dedo decidi que era melhor voltar para Bahia Blanca. Passei para o outro ladoum senhor com um carro bem velho e dois cachorros parou. Era um morador local. Me ofereceu carona  até uma cidade a 40 km onde tinha loja de bike mais era fora da minha rota.  Pensei por alguns minutos e fiquei na dúvida se aceitava ou esperava por outra carona, alguns minutos veio uma pick-up grande que tinha espaço para a bike e os alforges. Era cunhado do Senhor que havia me oferecido carona. Ele acenou mais o carro não o reconheceu e seguiu para 100 metros após parar e logo em seguida dar a macha à ré.  
 
A Carona me levou de volta para Bahia Blanca e me deixou em frente a bicicletaria na Rua Brasil.  Comprei um pneu novo e câmara reserva.  Logo em seguida vi que só tinha a luva da mão direita a esquerda ou caiu ao colocar as coisas no carro ou ficou na caminhonete. Comprei um novo par .
Depois fui encontrar com uma amiga que conheci no couchsurfing e fui passear e tomar uma cerveja no parque. A noite fui para a casa de Augustin, que fiquei na noite passada, também do couchsurfing, a chave estava com eu vizinho , pois ele trabalhava a noite e de madrugada. 
Isso é legal. Pessoas que mau conhecemos deixando ficarmos em sua casa com a maior confiança.
 
13 de fevereiro
 
Era meu aniversário, mais como não ligo muito para isso segui naturalmente como um dia qualquer. Na verdade gosto de passar aniversário assim, viajando e só com isso já estava feliz. 
Os planos mudaram e decidi ir até Bariloche de ônibus para depois iniciar a Patagônia, agora pela rota 40, um caminho muito mais bonito do que o que havia feito por poucos km, a rota 3.  Tentei comprar passagem pela internet com o cartão da minha mãe mais não consegui. Segui para a rodoviária e lá mesmo almocei canelone. Comprei passagem com o meu cartão Itau de débito internacional. Depois esperei até as 23 horas para a viajem. Também comprei um mapa da Patagônia. 
A mala do ônibus havia um espaço muito pequeno para eu guardar a bicicleta, tive que pagar bagagem extra e a bike coube certinho, depois de dobrava em várias partes. Se fosse uma bicicleta grande aro 26 teria que despachar e não ir comigo. 
 
14 de fevereiro
 
Cheguei cedo em Bariloche. Ventava e fazia frio. Ao retirar a bagagem coloquei no chão. O motorista de ônibus ao dar a marcha à ré quase atropelou meus equipamentos e bike, ufa, que susto. Rodrigo, que eu conheci no couch surfing veio me buscar de carro e fomos para sua casa.  Era domingo. Depois a noite após rodrigo ver a partida entre News Old Boys e Rosário Central fomos a um bar encontrar com umas amigas suas e comer algo. 
 
15 de fevereiro
 
O planejado era sair cedo e iniciar a Lendária Rota 40. Mais, antes, teria que passar no banco para sacar um dinheiro e pagar uma parte que Rodrigo havia me emprestado para pagar uma pizza do dia anterior.  Mais para variar estava com dificuldade de retirar dinheiro pelo meu cartão do itau. Acabei ficando mais um dia em sua casa para  tentar resolver as coisas. 
Fui a uns 5 bancos e nada, o mesmo problema. 
Tentei ir a agência de turismo comprar travel cheque mais não conseguiria por cartão. Acabamos indo ao mercado para fazer compras para ele, eu paguei com o cartão, ele retirou a sua parte que devia e deixou um dinheiro comigo. Depois ele contactou o grupo delo do whatsapp do couchsurfing explicando a minha situação. E uma amiga sua também ciclista iria fazer compras no mesmo dia.  
E eu , novamente no mesmo mercado entrei com ela, paguei suas compras e ela me deu o dinheiro. Era o geitinho brasileiro criativo de descobrir soluções para os problemas. 
Depois fomos ao centro com mais duas amigas de Rodrigo ver o pôr do sol e conversar. 
 
16 de fevereiro
 
Fazia uns 10 graus, porém meu corpo estava quente e ancioso para começar a rota 40. Logo em seguia parei para e uma brasileira me viu e veio falar comigo. Era uma paulista que morava em Bariloche, já havia feito cicloturismo e ficou encantada com minha aventura.  Passei o nome do site e segui viagem. 
Antes de chegar a rota 40 havia algumas subidas bem ingremes para fazer. Depois apareceram as montanhas e em seguida os lagos. E parava toda hora para tirar foto. As subídas e descidas se sucediam. E as paisagens agora eram cada vez mais lindas. Valeu a pena ter trocado a rota 3 pela Rota 40. 
Parei a 45 Km de El bolson e fiquei em um ex- camping. Na verdade a dona me explicava que era um camping, mais para cicloturistas permintiam acampar de graça. Havia muito espaço. Ela era dona de um restaurante e dentro havia muitas histórias da patagônia e livros para vender. 
Comi um pedaço da sua torta de Amora, para ajudar. Nessa vida um ajuda o outro, ela me ajudou com o camping de graça e eu comi sua sobremesa depois de eu fazer um macarrão. 
 
17 de fevereiro
 
Segui por lindas paisagens de montanhas e lagos .Encontrei alguns cicloturistas, e segui  tirando fotos e filmando.  Parei em um bar no meio daquela paisagem magnífica. A dona, uma senhora que descendia dos Mapuchos disse que eles quasem foram explusos de sua terra e viviam expalhados agora por Chile e Argentina. Os Mapuches são um povo aborigenes ( que no final do sec. XIX viviam nos locais onde são a Argentina e Chile atualmente e eram habitados pelos Mapuches e foram tomados pelo militares). Algo semelhante o que aconteceu com os indíos no Brasil. 
Essa história sendo contada na presença de um quente café com leite para espantar o frio. 
 
Encontrei uns ciclituristas argentinos que me indicaram uma casa para ficar de graça em El Bolson. A casa era de um Argentino mais quem tomava conta era um Italiano. Já havia algumas pessoas lá entre elas uma Portuguesa, duas argentinas, uma americana, um argentino.  Acampei do lado de fora no quintal ao lado da casa.  O banheiro era seco, sem descarga. Era um banheiro de uns 2,5m de madeira fora da casa, com uma privada ao lado e uma curtina para as pessoas entrarem. La tinha a privada e o local certo para fazer cocô e xixi. Após fazer o  cocô jogava terra para para não dar cheiro e fechava a tampa. E parece que funcionava bem.  
Consegui tirar dinheiro pelo cartão prepago internacional  Acesso card. Mais com uma taxa bem alta de imposto pela retirada.  Depois comprei uma luva artesanal de lã de ovelha, me pareceu bem quente e gostei. 
 
18 de fevereiro
 
Ainda escuro acordei, havia dormido bem cedo e descansado bem. O pneu estava vazio e reparei a câmara com kit remendo.  Saí e todos ainda estavam dormindo. Passei em um mercado e restabeleci o alforge com algumas comidas. Tirei algumas fotos. A beleza da Patagônia  parece não ter fim. Encontrei alguns cicloturistas que me indicaram um camping em Cholila, por sinal o único na cidade. FIcava em um relvado bem bonito e a vista para uma montanha. Fiz lentilha com arroz e tomei um banho de chuveiro muito gelado. De madrugada fez muito frio. Utilizei o saco de dormir pela terceira vez na viagem,, também luva e meia. Na Patagônia quando fosse acampar era necessario. 
 
19 de fevereiro
 
Pela manhã a barraca estava com uma fina camada de gelo. Penso ter feito uns zero graus. Dentro da barraca fez uns 8 graus. Não saí muito cedo por causa do frio. 

Em seguida comecei a pegar rípio( uma especie de pedra e terra) que me custava pedalar e fazia poucos kilometros. Cheguei ao Parque Naciona Los Alerces e depois de pagar 100 pesos fiquei no primeiro camping grátis após a entrada. 
Vista linda para a lagoa. Almocei lentilha com arroz e sardinha que tinha sobrado da vespera. A comida estava frio mais com a fome estava deliciosa. Já dizia meu pai, o melhor tempero é a fome.  A tarde dei um mergulho no lago, a agua mais gelada que vi na vida. Mais o sol da montanha é mais forte e me esquentou rápido. 
 
20 de fevereiro
 
Segundo dia no Parque Nacional da Patagônia. O rípio( pedra e areia) não me deixaram ir muito longe. Parei a 30 km no segundo camping grátis. Montei a barraca em frete a lagoa. Não tinha muito vento e não fazia muito frio. Perdi minha luva novamente, tá ficando chato e repetitivo. Será que vou ter que colocar uma cordinha para pindurar no pescoço quando tirar.  Novamente mergulhei no lago gelado. Não havia muita tente no camping como no primeiro dia. 
 
21 de Fevereiro
 
Havia acabado a comida e só sobrou um pequeno bolo de café da manhã. Degustado com gosto. Sabia que tinha que que comer algo no meio do caminho mais era difícil e raro algum lugar para comer onde eu estava. Mais como muitas coisas que não sei explicar apareceu antes de uma ponte justamente o que eu estava precisando. Um camping que tinha café da manhã para tomar, além de algumas coisas para levar. Dito e feito parei e tomei aquele café da manhã com direito a 2 copos cheios de café com leite, pão com manteiga e geléia. E ainda sobrou e levei para o alforge cozinha.  Depois terminou o ripio e iniciou o asfalto.  Acabei seguindo até Esquel e fiquei no Planeta Hostel. Fui recebido por Pedro um Paranaense que trabalhava lá. No turno da noite outro brasileiro, um paulista. 
Chorei e ganhei um desconto. 
No quarto fiquei com um eslovaco, um argentino e uma outra argentina. 
 
22 de Fevereiro
 
A minha roda estava estranha. Parecia que tava empenada. Depois passei na loja de bike local. Eles não fazim concerto , só vendiam e me indicaram para ir pedalando na casa de uma pessoa que consertava. Chegando lá verifiquei que tinha um rasgo no pneu. Então voltei a loja e comprei um outro pneu, antes encontrei outra loja e comprei uma camara e troquei os freios traseiros.  O pneu era argentino e havia outro mais caro americano. Comprei o Argentino e não deu muito certo. Também comprei um liquido para colocar na câmara que evitaria que esvaziasse quando tivesse pequenos furos. 
Voltei para o Hostel e preparei a bike. Já era quase duas da tarde quando saí. Quase chegando a trevelin o pneu explodiu. O pneu argentino era de péssima qualidade e não durou um dia. A parte de aço já estava para fora o que fez encostar na camâra e explodir. 
Tentei reparar mais não dava. Teria que voltar para Esquel ou seguir para Trevelin e ficar em algum lugar para dia seguinte voltar para Esquel.
Meu amigo do hostel que também viajava de bike passou por mim e seguiu para Trevelin. Acabei conseguindo carona com uma caminhonete o que pela segunda vez na viagem me deixaram em frente a loja de bike. 
A loja era Coyote e troquei o pneu para um americano de BMX com cravo e mais caro. Talvez essa seria a solução para fazer a rota 7 cordilheira com ripios. 
Acabei pagando com dinheiro e fiquei sem dinheiro para hospedagem. 
Depois de tentar tirar dinheiro no cartão itau e não consegui tentei ver os preços dos hoteis mais era inviável. Voltei para o hostel que estava e expliquei a situação. Teria que enviar o dinheiro para o cartão pre pago de credito e ficaria mais uns 2 dias no hostel. Mais so poderia pagar de um a dois dias. 
Dito e feito, quem estava na recepção era o Paulista. Nada como a boa flexibilidade brasileira. Que entendeu a situação.
Assim poderia ficar tranquilo, atualizar blog e descansar para uma dura trajetora que vinha a seguir. 
 
 
23 de Fevereiro
 
Dia tranquilo, sem a loucura de sair para a estrada. Liguei para o Itau da cabine telefonica, me passaram um numero 0800 que não consegui ligar. Ainda não foi desta vez que consegui resolver essa novela do itau. Saquei o dinheiro do cartão de crédito pré-pago. Comprei chocolate e fui ao mercado. Caminhei um pouco pela cidade. Depois de meio dia as lojas todas fechadas, pois é o horario de siesta até umas 16hs e ficar aberta até as 20hs. 
Voltei para o Hostal e conheci mais um senhor Americano de cerca de uns 60 anos , mochileiro, ex intrutor de kaiaque que viajava pela Patagônia.